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A Roda do Ano – sua importância e significado

As religiões pagãs têm como base a Natureza. Dentro de seus calendários específicos, afinados com os ciclos da Natureza, são celebrados ritos que visam a conexão com as energias do momento e sua sintonia.

Esta sintonia é importantíssima para o bem viver, pois também somos natureza e recebemos as influências das forças cósmicas e telúricas de cada estação. Quando nos sintonizamos, isto é ,quando nos conscientizamos do momento em que estamos e das forças atuantes, podemos seguir o fluxo da vida com mais tranquilidade e aproveitamento e nos compreendermos  e respeitarmos mais e  melhor.

Os Celtas celebravam originalmente  quatro festivais no ano, chamados de os Grandes Festivais do Fogo. Mais recentemente dentro do paganismo moderno se celebra também os  solstícios e equinócios. Esses festivais dividiam o ano na metade clara e escura, de acordo com as estações bem marcadas das regiões Celtas.

Mesmo sendo a Antiga Religião e originada no Hemisfério Norte, estas celebrações são extremamente atuais mesmo aqui no Hemisfério Sul, é só revertermos as datas, já que enquanto aqui estamos no inverno, no hemisfério norte é verão.

A simbologia e representações são precisas e mesmo não precisando mais guardar estoques de caça para o inverno, por exemplo, precisamos poupar nossas energias e ficamos naturalmente mais introspectivos. De Samhain até Imbolc não é uma época de fazer e acontecer!

Dentro de toda esta celebração e sintonia, reverenciamos os Deuses .E  embora não seja de origem Celta, gosto da forma como a Deusa e o Deus passeiam pela Roda do Ano no mito denominado O Romance da Deusa, bastante celebrado pela Wicca.

Quero aproveitar para destacar que embora fale de várias formas de culto e panteões ao me dirigir aos festivais, eu não recomendo a mistura de panteões em um  ritual. Apenas passo as informações do que acho válido e já pratiquei ou pratico. Cabendo a cada um  escolher com o que se identifica mais e/ou buscar  informações mais detalhadas e específicas.

O Solstício de Verão (Alban Hefin – Luz do Verão), o Equinócio do Outono (Alban Elfed – Luz de Outono), o Solstício de Inverno (Alban Arthan – Luz do Inverno) e o Equinócio da Primavera (Alban Eilir – Luz da Terra) são festivais Solares; enquanto Samhain (Oíche Shamhna – O Ano Novo Celta),  Imbolc (Lá Fhaile Bríde –  A Festa de Brighid), Beltane (Lá Bealtaine – Os Fogos Brilhantes), e Lughnasadh (Lá Fhaile Loenasa – A Festa da Colheita) são festivais Agrícolas. Acompanhemos agora A Roda do Ano:

Samhain

Terceiro festival da colheita. Em vez de frutas e grãos é a vez da carne dos animais que serve para abastecer o inverno que se anuncia. A Deusa se torna Anciã, pois  a Natureza chega ao seu declíneo. Ela é a Senhora da magia, da sabedoria e da morte. Desce o labirinto e entra no mundo subterrâneo (o seu próprio ventre) e espera o renascimento no Solstício de Inverno. O Deus finaliza a sua descida e se torna o Senhor do mundo subterrâneo, do oculto, do mistério, da morte.

Este é o sabbat mais celebrado da Roda do Ano. Nele homenageamos nossos ancestrais e celebramos um novo ano (ciclo) que se inicia. Este sabbat é tido como fora do tempo, devido às energias cósmicas e telúricas atuantes no momento. Por isto ele marca o término de um ciclo e o início de outro. Ele é o nosso Ano Novo, pois a morte contém a vida (e vice-versa) e depois do declínio  a vida recomeça.

Este é o momento ideal para mergulharmos em nós mesmos entrando em contato com nossa sombra, curar e transformar padrões negativos. Devemos acessar nossa sabedoria, pois o Deus e a Deusa estão unidos neste mundo interno de sabedoria, mistério, magia e regeneração. Datas: 30 de abril  no HS (31 de outubro  no HN).**

Solstício de Inverno

É a noite mais longo do ano. A partir daqui há o crescimento da Luz. Com o aumento do calor a Terra renasce. A Deusa volta do submundo e dá à Luz a Criança da Promessa (o Deus). Momento de renascimento de nossas esperanças e desejos. Datas: entre 20 a 23 de junho no Hemisfério Sul  (entre 20 a 23 de dezembro no HN)

Imbolc

(também conhecido como Candlemas) Aqui Deusa e Deus estão na infância cheios de esperança e sonhos. A Deusa é a Virgem das Flores. Com o aumento da Luz anunciando a Primavera, as novas sementes começam a ser despertadas. A hibernação dos animais chega ao fim e eles começam a dar leite, daí o nome Imbolc.

Este festival é dedicado a Deusa Brigith, Aquela que tem o fogo inspirador, criador e curador. Momento de fortalecer nossa a luz interior,  o poder pessoal realizador e o fogo criador interno. Datas: primeiro ou dois de agosto  no HS (2 de fevereiro  no HN).**

Equinócio da Primavera

(conhecido também como Ostara, Deusa Nórdica, lembrando que os nórdicos não eram celtas)-  A Deusa é Donzela, a Virgem da Primavera, e o Deus é um jovem cheio de enegia e vigor, o Deus da Fertilidade. Nesta época acontece o plantio das sementes. Nesta data, a noite e o dia têm a mesma duração, o que faz deste dia perfeito para trabalharmos o nosso equilíbrio interno, que se refletirá em nossa vida externa.

Momento para plantarmos e cultivarmos as nossas sementes (nossos objetivos) e celebrarmos a nossa Criança Interior. Estamos mais ativos e vitais. Datas: entre 20 e 23 de setembro no HS (ente 20 e 23 de março no HN).

Beltane 

A Terra está extremamente fértil, o Sol brilha com o seu esplendor, os animais se acasalam. Este festival celebra o Casamento Sagrado do Deus e da Deusa (masculino e feminino). Os dois vivem a paixão e a sexualidade plena, consagrando a Natureza com Seu amor. A Deusa está radiante em sua beleza.

O Deus Sol cresce rumo a sua fase adulta (Lughnasadh). Momento para trabalharmos naquilo que plantamos no último festival, concentrando nossa energia pessoal e fertilizadora em nossos projetos. Datas: 31 de outubro ou primeiro de novembro no HS (Primeiro de Maio  no HN).**

Solstício de Verão

(também conhecido como Litha) – O Sol está em seu ápice. Este é o dia mais longo do ano. A partir daqui o Sol vai gradativamente perdendo sua força e as noites vão se tornando mais longas. Deus e a Deusa vivem o êxtase da Sua união. Com isto a Natureza se frutifica e se prepara para a primeira colheita no próximo festival. A Deusa é a Mãe Terra grávida. Ela está na plenitude de sua força, sexualidade, beleza e fertilidade.

O Deus se modifica em nome de Seu amor pela Deusa, se preparando para o Seu sacrifício. Sua face vai se tornando escura à medida que o Sol se distancia da Terra. Momento de plenitude, de celebrarmos o amor, a alegria e a vida. Aqui os sonhos se realizam. A vitalidade está no auge. Datas: entre 20 e 23 de dezembro no HS (entre 20 e 23 de junho no HN).

 Lughnassadh

(também conhecido como Lammas) – Festival da primeira colheita. Momento do sacrifício do Deus que morre para alimentar a humanidade quando os primeiros grãos são colhidos. Deste sacrifício surgirão novas sementes para um novo plantio. A Deusa é a Matrona, Senhora dos Animais e dos Grãos. De seu ventre nascem as colheitas. Momento de gratidão e avaliação da colheita pessoal. Datas: 1 ou 2 de fevereiro  no HS (1 ou 2 de agosto no HN).**

Equinócio de Outono

( também conhecido como Mabon) – Segundo festival da colheita. Como no Equinócio da Primavera, este é um dia de equilíbrio entre o dia e a noite, que têm a mesma duração. É bom aproveitar para  cura e equilíbrio interno. A Deusa se torna uma Mãe sábia e amadurecida ao entrar na menopausa, suprindo seus filhos com abundância de alimentos (em todos os níveis), preparando-os para o inverno.

O Deus no entanto é uma presença quase imperceptível. Momento para agradecermos por tudo que colhemos durante o ano. Rituais de agradecimento. Até os fracassos e erros nos alimentam com ensinamentos, agradecer por eles também, por tudo o que recebemos. Já começamos também a pensar em nossos projetos para o próximo ciclo que se inicia após o próximo festival. Datas: enrte 20 e 23 de março no HS (entre 20 e 23 de setembro no HN).

Nota: Os festivais Agrícolas têm datas mais flexíveis de acordo com a paisagem e fenômenos naturais de cada região em particular. Por exemplo, Imbolc tem seu início no momento do primeiro degelo em locais de neve e geada.

Clique nos nomes dos festivais para ler mais sobre os mesmos.

Anna de Leão. (Favor mencionar autoria e fonte ao reproduzir este artigo).

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