Poema

Metamorfose

 

Pelas mãos divinas do carrasco
Tentando se livrar de suas presas
Soltando fogo pelas narinas
Aspirando ácido e se queimando
Ele flui por toda parte

Fantasmagórico, evasivo, flutuando
Clama por ti
Por teu hálito, teu odor, teu ardor
Suspira por um segundo
Até cair em prantos
E se metamorfosear numa flor!

Nela tu pisas
E se lança poderosa no espaço
Vira nuvem que se rompe
E cai como água
Apagando o fogo que tu mesma criastes!

 

Anna Leão. Todos os direitos reservados (favor mencionar autoria e fonte ao reproduzir este poema)

Nota: A pintura acima: Metamorfose de Narciso, de Salvador Dali (1937)

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