Pelas mãos divinas do carrasco
Tentando se livrar de suas presas
Soltando fogo pelas narinas
Aspirando ácido e se queimando
Ele flui por toda parte
Fantasmagórico, evasivo, flutuando
Clama por ti
Por teu hálito, teu odor, teu ardor
Suspira por um segundo
Até cair em prantos
E se metamorfosear numa flor!
Nela tu pisas
E se lança poderosa no espaço
Vira nuvem que se rompe
E cai como água
Apagando o fogo que tu mesma criastes!
Anna Leão. Todos os direitos reservados (favor mencionar autoria e fonte ao reproduzir este poema)
Nota: A pintura acima: Metamorfose de Narciso, de Salvador Dali (1937)