Comportamento Espiritualidade

O sentido do sacrifício

sacrifício

Nunca gostei do sentido usual da palavra sacrifício. Bem longe do seu significado original – sacro ofício, ofício (trabalho) sagrado – eu não acredito nesta palavra como é utilizada atualmente.

Quantas vezes não ouvimos frases como: “Ah, é preciso sacrifícios na vida!” “Fulano é tão bom! O quanto ele se sacrificou…” Acho o sentido desta palavra hoje em dia extremamente hipócrita.

Por mais que um ser humano se sacrifique por algo ou alguém, ele recebe algo de bom para si, nem que seja a satisfação que sente ao proporcionar felicidade para alguém. Então, não foi tanto sacrifício assim, no sentido usual da palavra. Não foi um sacrifício desinteressado, extremamente altruísta.

Quando não há nenhum tipo de ganho, e nestas ocasiões o sacrifício é feito por obrigação ou imposição familiar, social ou cultural, cedo ou tarde a pessoa vai reclamar por ele. Quantas vezes não já ouvimos? “Ah, mas eu fiz tanto sacrifício por você…”

Então, não devemos fazer sacrifícios? Bom, acho que devemos fazer escolhas, tomar decisões, saber quando abrir mão de algo, de uma forma sincera e consciente, mas tirando o significado pesado que foi atribuído,  erroneamente, a esta palavra.

Agora, se quisermos, nós podemos trabalhar com a palavra sacrifício em seu sentido correto e original. E acredito que tudo o que fazemos, remunerado ou não, pode ser um ofício sagrado, contanto que façamos com amor, dedicação, verdade, um bom propósito, e que vá ser útil a alguém.

Provavelmente há muitas maneiras de exercer o sacro ofício. Por exemplo, eu estava falando com uma amiga sobre dois tipos de trabalho que percebo para a evolução espiritual. Classifiquei-os em trabalho leonino e aquariano. O primeiro, o leonino, trabalha do indivíduo para o coletivo. Aqui há um trabalho individual, cada ser se trabalhando, se autoconhecendo para evoluir. Todos juntos evoluídos formam um grupo evoluído.

O trabalho aquariano vai do coletivo para o indivíduo. É aquele que trabalha direto na conscientização das massas, afetando um grupo grande de pessoas que vão trazendo aquela conscientização adquirida para as suas individualidades.

Não existe uma forma de trabalho melhor que a outra, e muito menos só estas. E os outros signos como ficam? Brincadeiras à parte, todas as maneiras de trabalho são válidas, desde que se saiba qual é aquela que nos pertence.

Muitas pessoas, por exemplo, espremem seu tempo para poderem fazer um trabalho voluntário. Mas se dentro desse contexto algo importante fica capenga por conta disso – como um filho pequeno que precisa de mais atenção da mãe – acho que de nada vale este voluntariado, e ele perde o seu sentido sagrado.

Lembro-me de um livro que li da ocultista inglesa Dion Fortune, onde ela dizia que dentro da senda espiritual se a pessoa tem uma família para cuidar e ela deixa de lado para investir na sua “evolução” espiritual, de nada isto adianta. Com certeza! Não dá para trabalhar com dois pesos e duas medidas, a energia é uma só!

Quantas pessoas não estão inflando seus egos com seus trabalhos voluntários porque está na moda, ou porque é bem visto, em vez de estarem comprometidas com este ato por terem uma preocupação verdadeira e consciente? Não faz muito tempo, conversando com uma amiga que estava fazendo um curso de marketing digital pela internet direcionado à sua profissão, ela confessou-me que uma das coisas ensinadas era que deveriam fazer trabalho voluntário e divulga-lo porque aquilo era bem visto. Não foi nem por uma questão de exercer a Lei da Doação, uma das Leis Universais, que deve ser praticada genuinamente, com alegria, e não como barganha. Fiquei pasma!

Uma sociedade é formada de indivíduos que formam famílias, que formam a sociedade. Não podemos nos esquecer da base, do micro, e querer partir para o macro de uma vez. Agora, se você tem tempo, disposição interna, se não vai deixar nada  realmente importante na sua vida ficar capenga, você pode sim, exercer o sacro ofício também de uma forma mais ampla. Mas lembre-se, isto precisa ser verdadeiro e, como alguém disse há mais de dois mil anos atrás, não há necessidade de sua mão esquerda saber o que a direita faz.

 

 
 
Anna de Leão. (Favor mencionar fonte e autoria ao reproduzir este artigo).
 
 
 
 

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